Por: Luciana Lousada
Há mais ou menos duas décadas, o termo
competência digital vem sendo utilizado no âmbito de projetos e políticas
educacionais. Desenvolver a competência digital ganhou importância a partir do
momento que o acesso à Internet se popularizou, ou seja, ultrapassou as
fronteiras das instituições de pesquisa e universidades. Apesar da competência
digital estar tão presente nas políticas educacionais, ainda há espaço para
esclarecer o que é essa competência ou o que ela abrange. Isso se deve, em parte, ao fato da
definição passar por ajustes e atualizações a fim de acompanhar as evoluções
que ocorrem na área da tecnologia, trazendo novas possibilidades, mas também
novos desafios.
Professora de Português Língua Estrangeira
Formada em Letras (Português/Inglês)
Mestrado em Estudos Latino-americanos
Master em Tecnologia e Inovação Educativa (em curso)
A competência digital é a capacidade de “utilizar
a tecnologia da informação e comunicação de forma segura e crítica para obter,
avaliar, armazenar, produzir, apresentar e trocar informações, e para comunicar
e participar em redes de cooperação através da Internet para o trabalho, o
lazer e a comunicação” (Comissão Europeia, 2007).
Uma competência digital baixa ou ausente
está relacionada com o desemprego, a possibilidade de exclusão social e baixas
conquistas educacionais. Com a tecnologia digital cada vez mais presente nos
campos profissional, privado e público, desenvolver as competências digitais
significa capacitar os cidadãos para futuros desafios na vida social, econômica
e cívica.
São cinco áreas de competência digital,
compostas por diferentes níveis de proficiência: literacia de informação e de
dados; comunicação e colaboração; criação de conteúdo digital; segurança; e resolução
de problemas.
Essas áreas e os níveis de proficiência
estão bem documentados e acessíveis aos interessados. É uma competência
complexa que se desdobra ainda em outras 21 competências, como por exemplo, ser
capaz de utilizar motores de busca e filtros, proteger dados pessoais e
utilizar ferramentas de colaboração online.
Sabemos que o acesso às ferramentas TIC,
tão necessário ao desenvolvimento das competências digitais, varia de acordo
com o país, a região e a escola. São desafios da área técnica e de
infra-estrutura. Mas existe um outro desafio: a proficiência dos professores e
educadores.
O professor precisa desenvolver suas
competências digitais tanto pessoalmente quanto profissionalmente. Ele é uma
referência para seus alunos. Como desenvolver as áreas que foram apontadas
anteriormente, se o próprio professor não está preparado ou não conta com
suporte para seu desenvolvimento? Professores e educadores que têm um bom nível
de proficiência digital estão mais seguros para aplicarem a tecnologia digital
no ensino. Por outro lado, aqueles que têm dificuldades ou fazem pouco uso das
tecnologias digitais, demonstram insegurança. Por isso, acabam não favorecendo
o desenvolvimento da competência digital na sua prática pedagógica. Além disso,
lidar com crianças e adolescentes que nasceram e estão crescendo numa sociedade
onde a tecnologia digital, que eles usam com muita facilidade, já faz parte do
cotidiano, é para muitos mais um fator de insegurança.
Fora as questões técnicas e de
infra-estrutura, quanto maior for o uso da tecnologia digital na esfera pessoal
do professor, mais facilmente ele aplicará seus conhecimentos na prática
profissional e maior será o êxito em desenvolver a competência digital de seus
alunos.
Referências bibliográficas/Links:
European Commission (2007) Key Competences
for Lifelong Learning – European Reference Framework
https://ec.europa.eu/jrc/sites/jrcsh/files/DIGCOMP-FINAL-%20UPDATED%2002-06-2016.pdf