Por: Natália
Caravello Rodrigues Pimentel
Advogada. Bacharela
em Direito pela PUC-Rio. Pós-graduanda em Direito Público e Privado pela EMERJ.
Embora a ciência jurídica traga diversos
conceitos para o Direito, é comum falarmos que se trata de um conjunto de normas
que visam a organização de uma sociedade. Para tanto, deve-se considerar, para
a sua elaboração, os contextos histórico, político, cultural e social.
Em muitos ordenamentos ao redor do mundo, tal como ocorre no Brasil, essas normas, fruto de um processo legislativo competente, são escritas. Desse modo, verifica-se que a palavra assume um papel fundamental para o Direito, ditando comportamentos humanos, ora para legitimar condutas sociais, ora para tornar certas ações como ilícitas.
Em muitos ordenamentos ao redor do mundo, tal como ocorre no Brasil, essas normas, fruto de um processo legislativo competente, são escritas. Desse modo, verifica-se que a palavra assume um papel fundamental para o Direito, ditando comportamentos humanos, ora para legitimar condutas sociais, ora para tornar certas ações como ilícitas.
Além disso, sabe-se que o uso do emprego
adequado das palavras desempenham uma função essencial para uma boa
comunicação, sobretudo, em idiomas com riqueza de vocabulário, como a Língua
Portuguesa. Entretanto, o emissor da mensagem, a todo tempo, deve estar atento
ao uso das palavras visto que é comum que um mesmo vocábulo assuma mais de um
significado, sendo importante valer-se do contexto para compreender qual
sentido o discurso pretende alcançar. Portanto, seu uso inadequado pode causar
incompreensões e prejuízos na comunicação.
Nesse sentido, a palavra, além de ser
fundamental para a elaboração da norma jurídica, é essencial para o cotidiano
de qualquer operador do direito: estudantes de Direito, bacharéis, advogados,
juízes e membros do Ministério Público, em todos os momentos da sua carreira
profissional manifestam-se, por meio de peças processuais escritas e
sustentações, visando o alcance do que entendem como senso de justiça.
Dessa forma, ao se defrontar com a norma
– desde a Constituição da República até um mero Regulamento, os operadores
buscam uma interpretação do texto escrito em função melhor atenda aos interesses
de seus clientes ou jurisdicionados, o que é possível dada amplitude da Língua Portuguesa. Muitas vezes,
o mesmo dispositivo pode ser lido de maneiras distintas, provocando grandes
discussões jurídicas no curso de um processo.
Nesse cenário, é comum que as
Universidades ofereçam a Língua Portuguesa como disciplina a ser estudada nas
Faculdades de Direito. Ademais, ela é cobrada em concursos públicos de diversas
esferas, o que gera grande preocupação nos candidatos para o uso correto da
gramática na ocasião das provas.
Por fim, cabe ressaltar que os textos
jurídicos, como peças processuais, sentenças e acórdãos são formas de
comunicação entre os advogados e juízes e demais componentes da sociedade. Portanto, é salutar que a Língua Portuguesa seja aplicada de forma clara e que
permita a compreensão de todos, não somente pela comunidade jurídica. Com isso,
a depender do caso, o famoso “juridiquês” – às vezes, pautado em certas
expressões em latim – deve ceder lugar ao linguajar que, embora seja técnico,
esteja próximo da sociedade para fácil entendimento.
Portanto, a palavra é uma ferramenta
crucial para o exercício do Direito. Em especial, os operadores jurídicos
brasileiros são privilegiados por estarem amparados pela grandiosidade da
Língua Portuguesa na empreitada que é convencer o outro acerca de seu ponto de
vista.